terça-feira, 24 de agosto de 2010

A POSTURA DO MESTRE NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA - O Método Socrático

Sócrates foi um inovador, por meio da humildade e da ironia, ele convidava o seu interlocutor a pensar. A forma de abordagem era dialógica. Ao contrário dos sofistas, Sócrates não gostava das multidões ou de grupos, a conversa era restrita entre ele e o ouvinte ou, entre ele e poucas pessoas.
O seu cartão de visitas era a negativa do seu próprio saber: “só sei que nada sei”. Com essa postura ele igualava-se ao interlocutor, adotando uma postura horizontal e coordenativa. A partir disso, eram suscitadas dúvidas, as quais eram respondidas pelo participante, sendo que das respostas, novas dúvidas, novas perguntas eram brotadas.
Com esse método questionador, o saber “novo”, foi sendo criado. Respostas novas foram sendo encontradas e delas novas perguntas foram sendo geradas, criando-se um novelo inesgotável de perguntas, idéias e respostas.
O método Socrático era mais aberto, democrático e conduzia o participante à sua maioridade intelectual e mental – pois ele próprio poderia conduzir a sua caminhada, em vez de seguir por um caminho previamente determinado.
Sócrates se servia do diálogo para que seu interlocutor elaborasse seu próprio conhecimento. Ele não trabalhava com assembléias, mas com pequenos grupos, em geral um de cada vez. No momento em que o interlocutor assimilava o conhecimento o diálogo terminava. Esse método era a maiêutica que acontecia em três momentos distintos – partia de uma negativa, Sócrates dizendo nada saber, num segundo momento, utiliza-se da ironia, questiona o conhecimento do interlocutor para que esse pudesse produzir um novo saber.
O mestre acompanha o aprendiz em suas descobertas. Sendo o saber algo que vai se construindo no dia-a-dia, há saberes inatos, há saberes conscientes e inconscientes. Uns podem ser conhecidos e buscados, outros jazem numa área de difícil prospecção. Entretanto, nas experiências cotidianas, aliadas aos saberes que se possui de maneira consciente e inconsciente, vai-se construindo novos saberes.
Tanto a metodologia socrática, quanto a sofista, tem o seu valor e o seu vício. Ambas, podem nos ensinar que, cair na tentação dos sofistas e assumir uma posição persuasiva, vaidosa e emotiva, no sentido de tentar influenciar o aluno a repetir o seu conhecimento é um grave erro; ou então, acreditar que possui o conhecimento e adotar uma postura centralizadora e ditatorial não ajudará na evolução daquele que busca o saber, ao contrário, o mitigará.
Assim, o professor na EAD não poderá repetir os vícios supracitados, sob pena de comprometer o desenvolvimento do estudante.

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