terça-feira, 24 de agosto de 2010

RESUMO DA ATIVIDADE FINAL

A atividade final consistiu numa explanação acerca dos quatro modelos de ensino e aprendizagem e suas correlações com a proposta da EAD, apresentada na disciplina Metodologia EAD.

Nos quatro modelos apresentados, é feita uma explanação acerca do método, características e críticas.

O conteúdo completo está disponível em:
http://filosofandopsi.blogspot.com/2010/08/postura-do-mestre-na-antiguidade.html
http://filosofandopsi.blogspot.com/2010/08/postura-do-mestre-na-antiguidade_24.html
http://filosofandopsi.blogspot.com/2010/08/lacan-e-o-cartel.html
http://filosofandopsi.blogspot.com/2010/08/jacotot-e-o-metodo-emancipador.html

JACOTOT E O MÉTODO EMANCIPADOR

JOSEPH Jacotot, foi um pedagogo francês do séc. XIX, cuja prática estava sustentada em metodologias tradicionalistas e tecnicistas e que acreditava ser papel do mestre apenas transmitir seus conhecimentos aos alunos a fim de educá-los e ao se deparar com uma situação inusitada modifica totalmente sua maneira de pensar.
“Contudo, atribuía ao ensino a função de reduzir a desigualdade social, aproximando o ignorante e o saber. Ele afirmava que a igualdade devia ser o ponto de partida e não o objetivo a ser atingido. Para ele, já naquela época, qualquer indivíduo, por menos que conhecesse do saber formal, trazia como bagagem uma infinidade de sabedoria adquirida em sua vivência e o mestre devia aproveitar esses saberes. “
Apesar da distância entre os tempos de Jacotot e os dias de hoje, há lições que ele apresenta que são bastante atuais. Jacotot teorizou e desenvolveu métodos de ensino, após sua experiência na Holanda, que colocava o mestre como facilitador da aprendizagem e não como mestre explicador ou instrutor. Sua experiência pedagógica rompe com a lógica das outras pedagogias. O autor contrapõe-se a ideia do mestre todo poderoso, detentor de todos os saberes, e do aluno como um caderno a ser preenchido.
Os seres humanos não são como as formigas que repetem seus atos de forma autômata, eles constroem saberes, habilidades e competências. A emancipação da humanidade pressupõe um funcionamento igual, universal das inteligências, coletivamente falando. A autonomia se dá sempre através do saber é ela que propicia um instrumento onde a igualdade torna-se-á uma possibilidade.
Por isso, Jacotot dizia que “a explicação do mestre emudece a palavra ensinada.”
Assim também o diz Paulo Freire: “que as pessoas se educam entre si mediatizadas pelo mundo, ou seja, ninguém educa ninguém ou que ninguém educa a si mesmo”
Onde conclui-se que o processo de aprendizagem por meio da EAD é uma possibilidade de educação emancipadora, já que a mediação é realizada no grupo e a aprendizagem se dá na medida do potencial do desejo existente no aprendiz.

LACAN E O CARTEL

Na filosofia socrática o mestre é aquele que estimula o aluno na busca do conhecimento, bem como o direciona, através de perguntas e ironias. O saber é algo racional, que pode ser exemplificado por meio de fórmulas e desenhos, além das palavras.
Para Lacan o conhecimento reside no inconsciente, é ele o grande mestre. É o próprio indivíduo o detentor do saber que jaz no seu inconsciente. Assim sendo o mesmo entende que o cartel implica transmissão do saber em psicanálise, porque as idéias vão surgindo do grupo, sem que o indivíduo perca a sua identidade. Cada um efetua a pesquisa, a seu modo, sendo que, num dado momento as ideias são apresentadas ao grupo para discussão.
Nesse contexto, o mais um é o elemento organizador, coordenador, mediatizador, assemelha-se ao tutor à distância ou presencial na modalidade EAD. Ele desempenha um papel de facilitador para os pesquisadores. O mais um tem como função possibilitar que seu grupo chegue a produção com uma estrutura borromeana de cartéis (fórmula tomada da matemática, que diz respeito ao entrelaçamento de anéis, compondo um nó onde basta que um dos anéis se solte para que o nó se desfaça). “A palavra CARTEL ou CARTUCHO, vem do latim cardo e significa gonzo, dobradiça, provém do número quatro, que faz referência ao nó borromeano. Aparece na escrita egípcia como diferenciando os nomes próprios aos comuns.”
Esse mais um deve despertar desejo pelo conhecimento proposto propiciando elementos que sejam provocadores da elaboração.
O produto desejado, não é o mais importante sempre cairá como resto, com a marca da insatisfação, diferente da impotência, tendo sua tentativa de retomada sempre, num trabalho seguinte, num cartel seguinte que funcionou.
Portanto, o processo de aprendizagem por meio da EAD pode nos ensinar que a transmissão de saber via cartel tem como ponto central o de que um grupo pode se desenvolver e se autoajudar de forma que cada indivíduo haja de maneira autônoma e independente, sendo que ao final, os resultados encontrados podem ser expostos ao grupo para discussão. A EAD segue essa mesma sistemática, pois cada indivíduo em seu lugar efetua a pesquisa e, ao final, a expõe ao grupo.

A POSTURA DO MESTRE NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA - O Método Socrático

Sócrates foi um inovador, por meio da humildade e da ironia, ele convidava o seu interlocutor a pensar. A forma de abordagem era dialógica. Ao contrário dos sofistas, Sócrates não gostava das multidões ou de grupos, a conversa era restrita entre ele e o ouvinte ou, entre ele e poucas pessoas.
O seu cartão de visitas era a negativa do seu próprio saber: “só sei que nada sei”. Com essa postura ele igualava-se ao interlocutor, adotando uma postura horizontal e coordenativa. A partir disso, eram suscitadas dúvidas, as quais eram respondidas pelo participante, sendo que das respostas, novas dúvidas, novas perguntas eram brotadas.
Com esse método questionador, o saber “novo”, foi sendo criado. Respostas novas foram sendo encontradas e delas novas perguntas foram sendo geradas, criando-se um novelo inesgotável de perguntas, idéias e respostas.
O método Socrático era mais aberto, democrático e conduzia o participante à sua maioridade intelectual e mental – pois ele próprio poderia conduzir a sua caminhada, em vez de seguir por um caminho previamente determinado.
Sócrates se servia do diálogo para que seu interlocutor elaborasse seu próprio conhecimento. Ele não trabalhava com assembléias, mas com pequenos grupos, em geral um de cada vez. No momento em que o interlocutor assimilava o conhecimento o diálogo terminava. Esse método era a maiêutica que acontecia em três momentos distintos – partia de uma negativa, Sócrates dizendo nada saber, num segundo momento, utiliza-se da ironia, questiona o conhecimento do interlocutor para que esse pudesse produzir um novo saber.
O mestre acompanha o aprendiz em suas descobertas. Sendo o saber algo que vai se construindo no dia-a-dia, há saberes inatos, há saberes conscientes e inconscientes. Uns podem ser conhecidos e buscados, outros jazem numa área de difícil prospecção. Entretanto, nas experiências cotidianas, aliadas aos saberes que se possui de maneira consciente e inconsciente, vai-se construindo novos saberes.
Tanto a metodologia socrática, quanto a sofista, tem o seu valor e o seu vício. Ambas, podem nos ensinar que, cair na tentação dos sofistas e assumir uma posição persuasiva, vaidosa e emotiva, no sentido de tentar influenciar o aluno a repetir o seu conhecimento é um grave erro; ou então, acreditar que possui o conhecimento e adotar uma postura centralizadora e ditatorial não ajudará na evolução daquele que busca o saber, ao contrário, o mitigará.
Assim, o professor na EAD não poderá repetir os vícios supracitados, sob pena de comprometer o desenvolvimento do estudante.

A POSTURA DO MESTRE NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Os Sofistas

Os sofistas eram os intelectuais, os sábios da antiguidade clássica. Eles detinham o saber, dominavam a retórica e a oratória. Por meio da persuasão, do jogo de palavras, da eloqüência, eles impunham aos seus asseclas e ao público em geral o seu ponto de vista.
Não havia espaço para discussões, diálogos – o monólogo era o meio de disseminação do conhecimento, que se dava através dos grupos de expectadores.
O saber era concentrado, eles não tinham concorrentes, era um tipo de monopólio exercido pelos sofistas. Desta forma, era reproduzido, imitado, mas, o nascimento de algo novo, devido a essa metodologia, era algo raro. Apenas, o próprio sábio poderia inovar e propalar a novidade.
Outra característica importante diz respeito à vaidade dos sofistas que sentiam verdadeiro fascínio pelo reconhecimento dos seus atributos intelectuais, oratórios, retóricos e teatrais. Dessa forma, o saber era um meio para se atingir o sucesso pessoal.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Objetos de Aprendizagem

Projeto de Objetos de Aprendizagem*

Introdução
Nos últimos anos, a rede vem evoluindo de um espaço de informações, de publicação, de páginas estáticas, de aplicativos/serviços reativos e isolados para um espaço de comunicação, de participação, de páginas dinâmicas, de aplicativos/serviços interativos e integrados. Mesmo sem existir o que se poderia chamar de web 1.0 o termo web 2.0 foi cunhado para tentar definir as novas tendências no desenvolvimento da web.Algumas destas tendências que permeiam o ciberespaço se materializaram em tecnologias e movimentos que foram assuntos de minha dissertação no mestrado, como os weblogs, o protocolo RSS, o Software Livre. Aponto outras como os demais aplicativos chamados sociais, como os wikis e as redes de contatos de todos os tipos, a telefonia móvel, as tecnologias sem fio (wireless) e a cultura hacker.Estas tendências, entre outras coisas, podem gerar transformações importantes na maneira com entendemos a educação on-line, incluindo todas as tecnologias à ela associadas. Neste sentido, penso que criar estratégias e ferramentas para a educação on-line passa por considerar em primeiro lugar as alternativas já existentes e disponíveis na rede; pensar usos combinados de aplicativos já disponíveis ou criar aplicativos que possam interagir com outros aplicativos já criados; optar por aplicativos ou criar alternativas abertos, de preferência sob licenças de livre circulação e alteração.É dentro desta perspectiva que construo esta proposta de objeto de aprendizagem.
Objetos de Aprendizagem [1]
Um objeto de aprendizagem pode ser conceituado como sendo todo o objeto que é utilizado como meio de ensino/aprendizagem. Um cartaz, uma maquete, uma canção, um ato teatral, uma apostila, um filme, um livro, um jornal, uma página na web, podem ser objetos de aprendizagem.A maioria destes objetos de aprendizagem pode ser reutilizada, modificada ou não e servir para outros objetivos que não os originais. Em muitas escolas existe aquele famoso depósito, nem sempre muito organizado, onde se guardam (às vezes, sepultam) objetos que fizeram parte de aulas e projetos. Um depósito de onde se recuperam estes objetos para reutilização, modificação, até que o desgaste inviabilize novas transformações e utilizações.Neste aspecto, os objetos digitais, têm algumas vantagens sobre os objetos materiais. Podem ser copiados e reproduzidos, gravados em suportes diversos, tendo uma vida mais longa. Por outro lado, se não adequadamente organizados, acondicionados e catalogados, podem ficar perdidos entre outros arquivos digitais.A possibilidade de copiar um objeto digital de aprendizagem aliada à possibilidade de editá-lo e modificá-lo, faz com que possam ser criados novos objetos de aprendizagem sem que os originais se percam. Por exemplo, uma apresentação feita num editor para projeção multimídia, pode ser reutilizada mantendo-se a estrutura básica, esquema de cores, transição, animação e modificando-se conteúdos e imagens. WIKISTÓRIASWikistórias é um objeto para a construção colaborativa de textos e hipertextos. Usa como estrutura de suporte um aplicativo que provê gratuitamente as ferramentas e a hospedagem de um wiki na rede.O projeto deste objeto de aprendizagem foi criado dentro da perspectiva primeira de aproveitar aplicativos e outros materiais existentes na rede, mesmo com as limitações que isso possa trazer.Público AlvoAdolescentes e adultos a partir da 5ª série do ensino fundamental.Objetivo geralPromover o desenvolvimento da expressão criadora escrita, artística, hipertextual e o exercício do diálogo, da colaboração, da autoria e co-autoria.Objetivos específicos
Proporcionar um meio para realização de diversas atividades relacionadas à produção escrita.
Proporcionar suporte para atividades cooperativas/colaborativas.
Vivenciar o uso de ambientes/atividades livres, acessíveis a modificações no seu todo, nos quais a autoria é compartilhada.
Pressupostos Teóricos [2]
Aprender é construir sentido a partir da análise de uma informação, do levantamento de suas relações e significados. Para Freire (1983) este é um processo dialógico tecido entre investigadores críticos no ato cognoscente. O sentido construído, diz Bakhtin (2000, p. 386): “é potencialmente infinito, mas só se atualiza no contato com outro sentido (o sentido do outro), mesmo que seja apenas no contato com uma pergunta no discurso interior do compreendente. [...]”, assim, não se apresenta isolado, mas insere-se na rede de sentidos.Desta forma, o conhecimento que faz sentido é concreto e contextual. É, também, dialético, histórico e construído socialmente na ação do indivíduo ao construir sua própria existência (Vygotsky, 1989, 1984). Construído como relação que ultrapassa a dicotomia sujeito-objeto, pois os seres humanos fora das condições sócio-econômicas-culturais objetivas da sociedade não têm existência histórica (Bakhtin, 2000; Vygotsky, 1984).Aprender é construir conhecimento, é compreender, numa relação que leva em consideração todos os conhecimentos acumulados pela humanidade. Esta construção é mediada pela linguagem e nos torna parte dos textos que construímos, numa interação como relação dialógica mediante a confrontação de sentidos, uma compreensão responsiva ativa que exige duas consciências (Bakhtin, 2000). Esta dialogicidade põe à mostra a construção social onde se destaca “a dialogicidade verdadeira, em que os sujeitos dialógicos aprendem e crescem na diferença, [...]” (Freire, 2002, p.67).Neste sentido, pensar um objeto para construção colaborativa de textos, pressupõe uma opção por caminhos que possibilitem a emergência do diálogo e da autoria compartilhada, numa proposta aberta e colaborativa.Wikis são páginas dinâmicas facilmente criáveis e editáveis por qualquer pessoa que trazem um conceito de liberdade e de cooperação inovador para as publicações on-line. Alguém que hospeda, edita e publica um wiki, pode ser surpreendido por uma invasão criativa que parasita parte de seu espaço e convive com suas construções. Espalha-se a boa nova de que quem não tem um wiki pode acampar em um e contar com a solidariedade do hospedeiro. Neste sentido, nos espaços virtuais ainda sobrevive uma ética e uma cultura diferente das relações de propriedade que limitam nosso contexto material.Um dos mais conhecidos usos do formato wiki é a Wikipedia, projeto da Wikimedia Foundation, uma enciclopédia colaborativa, editada por quem assim o desejar, em diversas línguas, sobre uma infinidade de assuntos. Outro projeto, mais recente é o Wikinews, que tem como objetivo reportar colaborativamente notícias. Estes projetos são exemplos da produção de textos em autoria compartilhada.O que torna os wikis diferentes é que qualquer um pode editar e publicar qualquer coisa neles. Qualquer um pode ser autor. Assim, um wiki abriga projetos sociais sempre em construção. A teoria e as implicações pedagógicas do uso de wikis estão ainda em início de elaboração. O certo é que, se usados em sua forma mais aberta, eles transgridem as relações de poder, mesmo as menos autoritárias, que circundam o ensino-aprendizagem. As relações horizontais estabelecidas promovem a construção do conhecimento coletivamente. A autoria compartilhada e anônima mantém o foco na comunidade e não no indivíduo. Os wikis podem, com vantagens, dar suporte a projetos interdisciplinares, pela facilidade de acesso, edição, publicação e distribuição do conteúdo. Por estas características, também, tendem a alargar o número de participantes e colaboradores de qualquer projeto e, como ambiente para trocas, vão além dos fóruns e listas de discussão, principalmente pela organização do conteúdo em tempo real.Cada página de um wiki possui um link permanente que permite a citação direta e, além disso, é possível acessar as diversas edições efetuadas e, se necessário, reverter a página para uma versão anterior.Os wikis promovem entre os participantes a negociação permanente sobre as informações, sobre o conhecimento construído e sobre o conteúdo que restará publicado. As suas características hipertextuais, por outro lado, permitem que as variantes sobre o mesmo conteúdo possam ficar linkadas e acessíveis. Wikis exigem confiança nas pessoas e no processo, tolerância para com as diferenças, desprendimento e solidariedade e abrem espaço para a sua construção.Avaliar trabalhos desenvolvidos em um wiki é um desafio para os educadores. As contribuições anônimas impedem que a avaliação seja individual. Mesmo considerando o grupo, num wiki totalmente aberto é impossível afirmar que somente um determinado grupo de alunos é autor do trabalho. Porém, esta nova forma de trabalho e avaliação pode contribuir para a construção de novas alternativas para a educação.Desenvolvimento do projeto optei por um wiki já hospedado na web e acessado mediante cadastro, para diminuir as exigências técnicas do projeto. Deste modo, torna-se desnecessário o uso de servidores próprios e a instalação e configuração de aplicativos.
O Wikispaces [3], aplicativo escolhido para dar suporte às wikistórias apresenta algumas diferenças em relação ao wiki tradicional. Exige um cadastro para usar o aplicativo e criar um wiki. O usuário tem limitações no uso da página, pois existem partes que não podem ser editadas e modificadas. O wiki criado é individual, sendo que para a participação de múltiplos usuários é necessário que o nome de usuário e a senha sejam compartilhados.O Wikispaces tem a vantagem de não precisar ser instalado em servidor próprio. Seu manejo é bastante simples, possuindo algumas ferramentas de ediação básicas. Aceita textos colados de editores de texto ou de html, facilitando o uso de estilos e cores diversos. Imagens também podem ser coladas, desde que copiadas da página onde estão hospedadas.A opção pelo Wikispaces se deve principalmente à possibilidade de sua utilização e replicação em qualquer sistema operacional, sem maiores recursos e conhecimentos técnicos. Deste modo, as wikistórias podem ser acessadas ou recriadas em qualquer escola com poucos recursos na área de informática. Assim, o projeto wikistórias é um objeto aberto construído com recursos gratuitos existentes na rede. Porém, pode ser recriado utilizando outras tecnologias mais sofisticadas.A interface criada para o projeto, hospedado em http://wikistorias.wikispaces.com/, é bastante simples usando basicamente texto, hipertexto e imagens. A página de abertura contém links para a explicação geral projeto (sobre), o projeto propriamente dito (wikistórias) e as informações gerais do objeto (créditos). Na wikipágina sobre contém, ainda, links para o texto completo do projeto e para um pequeno tutorial para uso do Wikispaces. A wikipágina wikistórias começa informando como construir uma wikistória e apresenta um exemplo. As explicações são propositalmente breves de modo a dar ao usuário, tanto ao professor ao propor uma tarefa, quanto ao aluno ao iniciar uma wikistória, liberdade para usar o objeto da forma que mais lhe interessar.O objeto pode ser usado tanto para criar os textos quanto para trabalhar em cima dos textos criados. Por exemplo, num trabalho interdisciplinar o professor de história pode solicitar a elaboração de um relato sobre um fato histórico e o professor de português usar este texto para criar links explicar a origem de algumas palavras, seu significado, classificação etc. Para auxiliar esta apropriação do objeto será interessante construir e linkar um guia para o professor.Esta proposta aberta tem como objetivo promover a autoria e autonomia nas atividades geradas no objeto. A escolha do wiki facilita a interação, a participação, possibilitando a colaboração e a cooperação. Recomenda-se que as propostas criadas sejam colocadas como desafios e projetos a desenvolver.Considerações FinaisObjetos educacionais são construídos com no mínimo noventa por cento de boas idéias e no máximo dez por cento de codificação. A tendência da rede na sua atual fase de desenvolvimento aponta para a simplicidade, para a interconexão e o uso alternativo e combinado de aplicativos, para o uso que o povo que habita e aprende com a rede há muito tempo costuma chamar de hack.As wikistórias são um exemplo desta forma de apropriação da rede.

Notas[1]
Esta seção faz parte do artigo Distribuição de Conteúdos e Aprendizagem On-line, publicado na RENOTE do CINTED, em novembro de 2004.
[2] Esta seção foi construída fundamentada em artigo apresentado no XIII Seminário sobre Formação de Professores para o Mercosul – Cone Sul, realizado em Osorno, Chile, em novembro/2005.
[3] O projeto foi inicialmente criado para o Foopad e, posteriormente replicado para o Wikispaces, para o qual valem as mesmas considerações feitas. Endereço de acesso: http://wikistorias.wikispaces.com/
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 421 p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 25ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002 (a). 165 p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 13ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 219 p
GUTIERREZ, Suzana. Mapeando caminhos de autoria e autonomia: a inserção das tecnologias educacionais informatizadas no trabalho de professores que cooperam em comunidades de pesquisadores. (texto ainda não publicado)
GUTIERREZ, Suzana. Distribuição de Conteúdos e Aprendizagem On-line. Revista Novas Tecnologias na Educação - Renote Porto Alegre: CINTED-UFRGS, v. 2, n. 2, nov. 2004 . Disponível em http://www.cinted.ufrgs.br/renote/nov2004/artigos/a6_distribuicao_conteudos.pdf. Acesso em 08 dez 2005.VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 135 p.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1984. 168 p.
WIKIPEDIA. wiki. Florida, USA: Wikimedia Foundation, 2004. Disponível em <http://www.wikipedia.org>. Acesso em 07 dez 2005.
*este texto está permanece em construção



CIBERCULTURA


POR LANA TUAN BORGES_ESTUDANTE DE PEDAGOGIA(FACED/UFBA)
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. Cap X
Pierre Lévy nasceu numa família judaica. Fez mestrado em História da Ciência e doutorado em Sociologia e Ciência da Informação e da Comunicação, na Universidade de Sorbonne, França. Trabalha desde 2002 como titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de Ottawa, Canadá. É membro da Sociedade Real do Canadá (Academia Canadense de Ciências e Humanidades).É autor de livros como Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. 260 p; Filosofia world: o mercado, o ciberespaço, a consciência. Lisboa: Instituto Piaget, 2000. 212 p; A Conexão Planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. São Paulo: Editora 34, 2001. 189 p.;entre outros.Segundo Pierre Lévy no capítulo X , que fala sobre “Educação e Cibercultura” pode-se perceber a nova relação com o saber se analisarmos 3 constatações,a primeira refere-se a rapidez que surge e ao mesmo tempo se modifica e atualiza o conhecimento e do saber fazer(savoir-faire);a segunda está intimamente ligada a idéia anterior pois diz respeito a natureza do trabalho ,sobretudo porque o trabalhar proporciona a aprendizagem recíproca além da produção de saberes e a terceira constatação é do ciberespaço que tem a capacidade de alterar as funções cognitivas humanas,dentre elas estão a “memória”,“ a percepção”,”a imaginação” e “os raciocínios”.Lévy retrata esta facilidade de se obter e partilhar a informação em rede proporcionando o potencial de inteligência coletiva nos diversos grupos humanos,então o autor afirma que “o saber-fluxo,o trabalho-transação de conhecimento,as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da educação e da formação”(LÉVY,pg.158,1999) Segundo Lévy faz-se necessário duas reformas efetivas tanto no sistema de educação quanto de formação, pois a EAD (ensino aberto e a distância) se encontra em um novo estilo de pedagogia, que por sua vez explora todas as tecnologias intelectuais da cibercultura, nesta perspectiva a segunda reforma está relacionada na descoberta da perda das instituições de ensino como únicas detentoras do conhecimento e transmissão do mesmo, pois as ferramentas do ciberespaço nos fornecem uma variedade de saberes em qualquer lugar que se desenvolva. Ocorre então para o autor o que ele chama de “dilúvio de informações”, ou seja, em comparação com o que acontece nos escritos bíblicos em (Gênesis no Antigo Testamento,cap6- 8 referente ao dilúvio),onde Noé a pedido de Deus constrói uma arca ,posteriormente este deveria selecionar os animais de diferentes espécies,machos e fêmeas para levar para a arca e consequentemente salvar do dilúvio,esta é a relação que Lévy faz do saber na rede,onde os indivíduos devem enxugar/ filtrar/selecionar aqueles inúmeros saberes em meio ao dilúvio de informações,todavia Pierre Lévy afirma que “A emergência do ciberespaço não significa de forma alguma que ‘tudo’ pode enfim ser acessado,mas antes que o Todo está definitivamente fora de alcance.O que salvar do dilúvio?Pensar que poderíamos construir uma arca contendo ‘o principal’ seria justamente ceder a ilusão da totalidade”(LÉVY,pag.161,1999).Em suma, este capítulo X,do livro Cibercultura de Pierre Lévy,é uma abordagem fantástica de como se estabelece a nova relação com o saber tendo como referência a Educação e a Cibercultura. "Não é a tecnologia que determina tudo ,mas nem por isso ela deixa de ser importante""Existe a nova relação com o saber" (Pierre Lévy)